domingo, 2 de fevereiro de 2014

O Temor do Sábio (A Crônica do Matador do Rei - Segundo Dia) - Patrick Rothfuss


(...) em certos momento, uma situação fica tão enredada que as palavras tornam-se inúteis. Que outra opção eu tinha agora que as palavras me haviam faltado?
O que tem qualquer um de nós, quando as palavras nos faltam? 
Eis uma saga que não sofreu com a maldição do segundo livro.

Resenha sem spoilers desse ou do anterior, podem ler tranquilos.

Título Original: The Wise Man's Fear
Título Nacional: O Temor do Sábio
Subtítulo:--
Saga:A Crônica do Matador do Rei - Segundo Dia, #2
Resenhas Anteriores da Saga: #1
Autor(a): Patrick Rothfuss
Editora: Arqueiro
Páginas: 960
Lido até: Concluído
Sinopse 
A saga O Matador do Rei se passa com o personagem Kvothe - um nome conhecido em todo mundo -contando sua história para o Cronista em três dias. O Temor do Sábio é o segundo dia de histórias. Aqui continuamos a história parada em O Nome do Vento, com o Kvothe ainda tendo muitos problemas pra sobreviver e frequentar a Universidade, mas também saímos dela, para ver um pouco do resto do mundo com o nosso Matador e entender mais de sua enorme fama.

― (...) há três coisas que todo sábio teme: o mar na tormenta, uma noite sem luar e a ira de um homem gentil.

Uma coisa que me surpreendeu nesse livro é que ele te passa a impressão que, mesmo que você não tivesse lido O Nome do Vento apreciaria esse mesmo assim, ao mesmo tempo ele consegue passar a impressão de que ele e o primeiro livro foram um só, apenas dividido.
Pode parecer estranho isso e controverso, mas é porque a história se aguenta muito bem sozinha, ao mesmo tempo que é cheia de referências do livro anterior.

Essa sem dúvida é uma das resenhas de livros mais difíceis de fazer porque eu tenho vontade de falar de cada parte do livro, é minha segunda saga favorita, porque é incrível como você consegue ver de tudo nela. Política, comédia, romance, lutas, magia, inteligência. O livro expõe vários pontos de vistas sobre um mesmo assunto de formas tão diferentes e racionais que me maravilha. A escrita de Rothfuss é uma das mais maravilhosas que já li.

Mas havia sempre uma parte de mim que esperava mais, portanto havia uma parte de mim que era sempre tola. 

Os personagens dessa saga para mim são incríveis, falei nisso quando resenhei o primeiro livro de que os personagens não são absolutos, eles têm sua parcela de bondade e maldade, tem características que odiamos, mas outras que nos fazem amá-los, tem personagem que não bate e outros que é paixão a primeira vista. Nesse livro, toneladas dos personagens do anterior voltam e novos são apresentados, e não fica bagunçado ou confuso graças a Rothfuss que nos apresenta calmamente cada um, permitindo que os conheçamos bem, de forma divertida, mesmo aqueles que não ficam conosco por tanto tempo cof indireta para Martin cof-. Um personagem nesse livro (na verdade ele já vem do anterior também, mas nesse se sobressaiu) é a Denna, o amor de Kvothe, desde antes dela aparecer pela primeira vez eu já tinha feito um compromisso de odiá-la, já que eu já amava Kvothe e ele nos avisa que amou muito e sofreu por causa disso e foi traído, logo eu sabia que teria de odiar essa bitch e tudo nos diz que é a Denna e apesar de muitas vezes ela tornar super fácil odiá-la, a maldita também consegue tornar fácil de amá-la em outras. E nesse segundo volume ela demonstrou bem esses dois lados.

O livro jamais se mantém parado por muito tempo, nesse que viajamos muito fora da Universidade, isso se intensifica. Então temos Kvothe na Universidade, temos ele viajando, temos ele na cidade grande, temos ele no meio do nada, temos ele em outros países. E tudo evolui muito bem, sem pressa e sem ser lento que chega até ser fácil crer que estamos lendo vários livros menores da saga, ao invés de um muito grande. No livro todo houve apenas uma parte que não gostei, foi meio enjoativa e que mais demorei para passar e, ainda assim, foi bastante importante e eu não a retiraria.

As histórias não precisam ser novas para trazer alegria. Algumas são como velhos amigos. Em outras a gente pode confiar como confia no pão. 

Uma última coisa a falar são os momentos no presente, o momento que a história está sendo contada, os interlúdios. No primeiro livro, essas foram as partes mais tensas para mim, pois mostra um Kvothe muito diferente, muito obscuro e triste. N'O Temor do Sábio, nós temos uma aproximação maior entre os dois Kvothes (passado e presente), eles ainda são muito diferente, porém o do Presente está se soltando mais, não muito, mas está, enquanto em alguns momentos da história que ele conta, conseguimos ver flashs do homem que se tornou. Quanto a história do presente em si, tenho muita dificuldade em acompanhar, porque são apenas pequenos pauses e muito ligados ao primeiro livro que li há bastante tempo, então torna meio complicadinho, mas nada que realmente estrague.

(...) não há nada mais difícil no mundo do que convencer alguém de uma verdade desconhecida. 

Com certeza é um livro maravilhoso, de uma saga maravilhosa e que vale cada centavo. Me deixou em uma DPL (depressão pós livro) terrível e agora tudo que me resta é aguardar pelo próximo (ainda não lançou lá fora e POR FAVOR Arqueiro, quando lançar, tente trazer o mais rápido possível para mim) e aguardar a série, apesar de eu não ter ouvido notícia desde a que falava que a Fox comprou.

Nota 5/5 + FAVORITO

  • É difícil dizer se houve muitos erros. Houve vários, mas estão bastante espalhados entre o livro enorme, por isso parece que foram muitos, mas passamos muitas e muitas páginas sem ver nenhum, então não é nada que realmente de um grande atrapalhada na leitura, incomoda? Sim, mas não várias vezes seguidas.
  • Agora, um probleminha que há na edição e quase todo livro grande tem e que eu sei que se consertasse acabaríamos com um livro ainda maior, é o tamanho das letras. São pequenas, e por ser um livro que dá vontade de ficar por horas, isso acaba ficando muito incômodo. Não foram poucas vezes que tive de parar de ler por meus olhos começarem a lacrimejar.
  • Amo essas capas, O Temor do Sábio conseguiu ficar ainda melhor do que O Nome do Vento e não achei que fosse possível, a cor,  a imagem, tudo. Marc Simonetti é o artista e digo, ele disputa bem o lugar de melhores capas com John Rocco (que faz de quase todos os livros de Riordan). Além dessa saga, Somonetti faz as, também incríveis, capas das Crônicas de Gelo e Fogo, então, é, o cara detona.

Um comentário:

  1. Não é novidade para ninguém que você favoritou esse livrou e falou dele com tanto gosto.
    Realmente eu fiquei apaixonada quando li sobre essa série. Queria muito ler os livros, mas infelizmente não os tenho (você pode me dar já, se quiser rsrs).
    E com certeza eu concordo com você, essas capas detonam. Foi a primeira coisa que me chamou a atenção, antes de me apaixonar pela saga.

    M&N | Desbrava(dores) de livros

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