Lembranças da Meia-Noite - Sidney Sheldon

Era como se sua mente tivesse se transformado de repente num gigantesco quebra-cabeça, com peças insólitas caindo nos lugares. Só que as peças não faziam sentido. 

Estava querendo ler esse livro há tanto tempo que as minhas lembranças da Meia-Noite também já estavam indo embora...

Há um pequeno spoiler do final do livro O Outro Lado da Meia-Noite, acho que para quem ainda não leu, está tudo bem, mas para quem estiver lendo-o no momento, aí é por sua conta e risco. 

Título Original: Memories of Midnight
Título Nacional: Lembranças da Meia-Noite
Subtítulo: --
Saga:-- (Continuação indireta de O Outro Lado da Meia-Noite)
Autor(a): Sidney Sheldon
Resenhas Anteriores do Autor: --
Editora: BestBolso
Páginas: 304

TEXTO OCULTADO

Sinopse:

Continuação do grande sucesso do autor, "O Outro Lado da Meia-Noite", o livro dá sequência aos acontecimentos ocorridos no primeiro romance, mas é uma história independente cuja personagem principal, Catherine Douglas, luta contra um destino aterrador.

Li o Outro Lado da Meia-Noite há muito tempo, e nunca encontrava o Lembranças que é uma continuação indireta. Por que indireta? Porque, apesar de acompanharmos alguns dos personagens já conhecidos, é uma história própria que pode ser lida sim sem ter lido o livro anterior (no livro em si há gigantescos spoilers, porém, acho que se eu não já conhecesse o O Outro Lado, talvez pensaria que nem houvesse um outro livro - apesar de que provavelmente iria desejar que tivesse). Aliás, essa foi uma das coisas que achei tão legal no livro, Sheldon conseguiu contar  a história de Catherine, a história que nos foi apresentado em O Outro Lado, de uma forma bem explicada - para quem não leu - e ainda assim sem ser chata - para quem leu.

Mas antes de mais nada, deixe-me falar um pouco sobre o livro (a sinopse do Skoob tá péssima). A história conta com vários personagens, mas gira em torno de dois: Catherine e Demiris. Catherine viveu por meses sem saber quem era num convento, só que de repetente recuperou parte da sua memória lembrando quem era e do desastre terrível que lhe aconteceu. Sem ter ninguém no mundo, Demiris (o homem mais poderoso do mundo) lhe dá um trabalho em Londres, e ela o considera não só um grande amigo, mas um homem extremamente bondoso, contudo Demiris planeja além de seduzi-la, matá-la caso ela se lembre de mais detalhes do seu passado, detalhes esses capazes de colocar até mesmo um homem como Demiris atrás das grades... Ou pior.

Ninguém nasce feliz. Todos precisamos construir a própria felicidade. Sou uma sobrevivente. 

Apesar dos pesares, não considero Catherine a principal desse livro, talvez porque eu detesto ela por ser chata para caramba e desde o O Outro Lado eu torço para que ela morra, mas acho que o verdadeiro principal aqui é nosso vilão, foi o vilão no outro livro e é nesse, ainda assim, acho que ele é o principal pois todas as histórias voltam para ele. Ele é Constantin Demiris.

Há personagens que amamos odiar, há personagens que odiamos amar, de alguma forma tão controvérsia, Demiris consegue ser ambos. Ele é charmoso, e egocêntrico. Ele é diabólico, e ainda assim show. Demiris gosta de brincar de deus, e sendo o homem mais rico e poderoso do mundo, consegue sem problema. Então, por todo o livro, tudo que ele faz, você fica dividido entre "Não tem como se livrar dessa" e "É óbvio que ele vai sair dessa". Nunca se sabe o que esperar em suas situações, tornando bastante inesperado as coisas que lhe acontecem.

Tinha a sensação de que se encontrava à beira de um precipício, prestes a cair num abismo desconhecido e terrível. 

Outro fato muito legal do livro, e que na verdade é uma marca desse autor que eu adoro que é o Sidney Sheldon, é que nenhum personagem está ali a toa.  Todos importam, e Sheldon conta a história de cada um deles, não importa se ele só vai morrer nas próximas páginas ou se vai salvar o mundo. Sheldon tem um jeitinho de nos colocar num estado de que todos são vitais para a trama. Às vezes isso até irrita um pouco, porque para a história que está contando para explicar a vida do personagem, mas mesmo quando isso acontece, Sheldon tem um jeito de nos envolver com a história do personagem, que acabamos esquecendo que o livro não é sobre ele.

Porém, um ponto negativo do livro que tenho de ressaltar, é, na verdade, dois personagens: Wim e Atanas. Achei ambos muito forçados. Principalmente o Wim. Imaginem o Sheldon Cooper da série The Big Bang Theory, agora retire sua habilidade social e aumente sua inteligência. Esse é o Wim, o problema é que personagens assim só funcionam em comédias, coisa que o livro não é. Ficou um personagem forçado, caricato. Não ficou crível como uma pessoa real. Atanas não foi tanto como o Wim, mas ainda assim, achei algumas coisas sobre ele bem forçadinhas.

Tudo faz sentido, depois que encontra a explicação. 

Por fim, o final foi meio inesperado. Principalmente porque, isso é algo raro nos livros de Sheldon, eu já havia descoberto tudo. Coisas como quem era o assassino e o que iria acontecer no porão onde uma das personagens fica preso, já havia percebido antes de contar, então, chega seu epílogo e me deu um tapa na cara, quase como debochando de mim dizendo: "Aí, já tinha adivinha aquilo tudo? Mas jamais adivinharia isso!". E boom, nos joga um negócio que me fez ficar de boca aberta ao fim do livro, e não sei se realmente acredito que aquilo aconteceu. Parte de mim espera que, entre os livros de Sheldon que ainda não li, aquilo seja desmentido.

Então, Lembranças é um bom livro, um livro muito bom, de fato. E que super recomendo para qualquer um mesmo que não tenha lido O Outro Lado da Meia-Noite, é claro, que se você tiver ambos em mãos sugiro que comece pelo O Outro Lado, ainda assim, é totalmente possível ler Lembranças sem antes ter lido o Outro.

Nota 4/5

• Não gostei da capa. Primeiro porque aquela garota lembra a Kristen Stewart e esse não é um rosto que você quer em um livro. Segundo, porque acho que não se adapta tanto ao livro. Apenas as suas dez primeiras páginas mais ou menos, mas achei que não coube bem.
• Erros de português em si, eu não vi. Porém em várias partes do livro tá faltando travessões. E nem é questão de ter apagado, porque isso dá para notar (além disso o livro é novinho, veio no plástico e tudo).

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