Bruxos e Bruxas - James Patterson & Gabrielle Charbonnet

Eles têm medo de mudança, e nós precisamos mudar.
Eles têm medo dos jovens, e nós somos os jovens.
Eles têm medo de música, e música é a nossa vida.
Eles têm medo de livros, e do conhecimento, e de ideias.
Acima de tudo, eles têm medo da nossa magia

E pouco a pouco, livro por livro, Patterson vai entrando no meu top 5 de autores favoritos

Título Original: Witch & Wizard
Título Nacional: Bruxos e Bruxas
Subtítulo:--
Saga:Witch & Wizard, #1
Resenhas Anteriores da Saga:--
Autor(a): James Patterson, Gabrielle Charbonnet
Resenhas Anteriores do Autor: James Patterson: O Diário de Suzana para Nicolas || 
Editora: Novo Conceito
Páginas: 288
BookTrailer:

Eu não sei se Bruxos e Bruxas pode ser considerado distópico, na maioria das distopias que lemos, o mundo já mudou totalmente, em B&B vemos o início dessa mudança grandiosa.

A história segue dois irmãos: Whit e Wisty Allgood. Eles vivem num mundo normal, vão para escola, lá Wisty é a garota que recebe notas baixas e vai direto para detenção e Whit é o belo astro do time de futebol (americano). O livro começa com eles prestes a serem executados e então corta para o momento que, na madrugada, eles são presos pela Nova Ordem. Um grupo político que por anos foi crescendo, entrando em cargos e posições estratégicas, e que agora começa a dominar tudo. Mudar o mundo, de fato. Na Nova Ordem todos devem se tratar com respeito absoluto a tudo e a todos, mascar chiclete na rua é um ato punível e qualquer forma de arte deve ser banida. E, mais importante, todos os bruxos devem ser executados, e para a surpresa dos irmãos, é exatamente isso que eles são.

“As pessoas mudam de verdade?”, fiquei pensando. “Talvez seja possível.” 

O livro é separado em algumas partes, e a primeira se passa com os irmãos presos - segundo as leis da N.O só se pode executar alguém que não é Extremamente Perigoso após os 18 anos (o que significa menos de um mês para o Whit) - e descobrindo seus poderes. As seguintes, entra em um pouco de spoiler. A história é contada em primeira pessoa, ora por Wisty ora por Whit, em capítulos super curtos, porém, diferente de em o 5º Cavaleiro, que isso foi feito muito mal, aqui os capítulos conseguem parar em melhores momentos, ainda que algumas vezes sejam paradas desnecessárias, são mais bem feitas.

Gostei muito dos irmãos, eles me lembraram um pouco a Sadie e o Carter das Crônicas dos Kanes, com sua volte e meia implicância, mas ainda assim lealdade e companheirismo que há entre eles. (Aliás, bastante coisa me lembrou a trilogia, como por exemplo, as piadas tolas nos momentos de maior tensão - de fato ri bastante com o livro).

O livro tem um ritmo delicioso, e é muito difícil largá-lo, eu, inclusive, li ele durante o dia, coisa que quase nunca faço (exceto quando ou estou relendo o ou livro é muito bom),  de fato li ele em dois dias.

(...) naquele segundo, parecia que tudo tinha voltado a ser como deveria, o tipo de vida que eu sempre pensei que teria um dia.Mas apenas naquele segundo. 

Uma coisa que não consigo dizer se é negativo ou não, é como o mundo muda. Porque ele muda enquanto os irmãos estão presos, então não tem como vermos ele mudando, mas já completamente diferente depois. E juntamento dos irmãos, perdemos a noção do tempo, então nem se pode dizer se foi uma mudança veloz ou não. Eu gostaria de ter visto essa transição, mas entendo e até aprecio o fato de não ter visto, porque isso nos permite ficar de olhos arregalados junto dos irmãos Allgood.

Uma coisa que adorei nesse livro, e que o difere muito da maioria dos infanto-juvenis, é que aqui os adultos não são completamente idiotas. É verdade que o livro exalta as crianças, afinal elas são uma as maiores inimigas da N.O, pois, como é apontado por Whit e como a quote que iniciei essa resenha, a N.O teme mudança e crianças e adolescente estão (estamos) num estado natural de mudança, de desenvolvimento... De crescer. Mas voltando ao ponto, aqui os adultos não são idiotas, que ficam falando por horas a fio, ou então que são enganados facilmente, e as crianças não são grandes heroínas, são sobreviventes, e fica claro desde o início que a única chance real que eles de fato tem para tentar vencer, é o fato de terem magia, coisa que a N.O supostamente não tem (supostamente, pois temos indicação em todo o livro que há bruxos ali dentro, apesar de jamais ser claro se são traíras ou espiões).

― (...) mas ninguém pode trazer gente morta de volta à vida. (...) É um fato da vida e da morte. É assim que enfrentamos a dor do luto. 

Por fim posso dizer que amei o livro, e que mal posso esperar para o próximo e recomendo-o muito. Sem dúvida essa é uma saga com potencial para virar uma das melhores que já li.

Nota 5/5

• Ou não teve nenhum erro de português, ou eu não percebi nenhum por causa da forma como consumi esse livro, de qualquer forma parabéns a Novo Conceito.
• Amei a capa, o B em chamas que faz referência a um dos poderes mais doidos e legais de Wisty, além dos rostos deles em meio as chamas, muito legal mesmo.
• O livro tem no meio um mapa. E no fim um glossário, explicando algumas expressões e as bandas, livros, artes, etc..., que são citados no livros e são proibidas pela N.O. (Livros como (e as outras artes seguem o mesmo padrão de nome): Percival Johnson - O Ladrão de Trovões, Harry Podre e a Ordem dos Idiotas, Edragão e A Invenção de Bruno Genet... pois é.)
• No meu livro veio um... troço, não sei como explicar, em volta bem legal. Bastante similar ao que veio em volta do Sangue Quente, porém esse não é feito de papel.

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