segunda-feira, 5 de agosto de 2013

E Se Fosse Verdade... - Marc Levy


― (...) Quantos se dão conta, a cada manhã, do privilégio que é acordar e ver, sentir, tocar, ouvir? Quantos de nós são capazes de esquecer por um instante as preocupações, para se maravilhar com esse espetáculo fantástico? Acho que a maior inconsciência do homem é com relação à própria vida. 


Príncipe Caspian sempre foi um caso único para mim. Porque eu gosto do livro, mas prefiro o filme (e eu geralmente odeio adaptações). Lendo E Se Fosse Verdade..., livro baseado num dos meus filmes favoritos, livro que procuro por anos e estava sempre fora de estoque (até que a linda da Suma de Letras lançou essa nova edição e eu corri para comprar), agora, lendo E Se Fosse Verdade... encontrei mais um que o filme é melhor do que livro que ele vem, ainda que também seja bastante diferente.

Título Original: Et si c'était vrai
Título Nacional: E Se Fosse Verdade...
Subtítulo:--
Saga:--
Autor(a): Marc Levy
Resenhas Anteriores do Autor:--
Editora: Suma de Letras
Páginas: 232
Sinopse:


Essa é uma daquelas resenhas tão difíceis de fazer. Quero lhes falar do livro, mas ao mesmo tempo não consigo  parar de compará-lo com o filme. Porque é tanta coisa diferente, ainda que seja igual, na verdade está mais para oposto. Por exemplo: o fato de no filme Lauren não sabe que é um fantasma, aliás no filme ela não tem nenhuma memória de início e Arthur a ajuda a crer que está meio morta, e no livro quando ela aparece, ela se lembra de tudo e ela tem de fazer Arthur acreditar. Coisas assim. Para falar a verdade, senti no livro mais um complemento do filme, porque o filme acaba no que seria a metade do livro, após um acontecimento que no filme é falho e no livro bem sucedido. E como no livro continua, nós temos a chance de aprender mais sobre o Arthur e sua infância e as repercussões do que ela faz (porque eu sempre achei que isso fosse um furo do filme, tipo, ele fez aquilo - um crime - e nada?).

Mas chega! Chega de comparar com o filme, tirei do meu sistema, agora é falar do livro.

“Uma mãe que morre é uma biblioteca incendiada” 

Para mim, o livro teve aquele raro equilíbrio que lhe instiga a ler mais e mais, mas, quando o cansaço começa (especialmente se ler de madrugada como eu) você consegue fechá-lo sem pensar "só mais um capítulo". Ele tem um clima sereno. O romance é criado gradativamente.

Os personagens, posso dizer que gostei de alguns (como Paul, melhor amigo de Arthur e um cara sensacional responsável por inúmeras risadas) e me irritei com outros. Mas não dá para realmente se envolver com eles, pois a história realmente gira em torno de Arthur e Lauren, e por causa disso, me irritou de início não termos uma perspectiva maior deles, principalmente do primeiro. Porém, isso muda na segunda metade do livro. Ainda assim, algumas reações de certos personagens me pareceram secas e meio que artificiais demais.

― Por mais que tenha surgido rápida e bruscamente, você existe, e um momento seu é uma imensidão. O dia de ontem já passou, o de amanhã ainda não existe, é o dia de hoje que conta, o presente. 

A história em si é boa, contudo faltou mais alguma coisa. Não sei o quê, mas de novo me vejo obrigada a comparar com o filme. Por exemplo: Quando Arthur resolve ajudar Lauren, no filme temos alguns dos melhores momentos, ele vai a tudo que é lugar, tentando descobrir tudo que conseguir. No livro ele faz o segundo, indo em bibliotecas e pesquisando online, contudo, essa parte fica faltando algo, que dá um quê meio monótono.

A narrativa do autor é bem interessante. Ele usa bastante de discursos indiretos livres*, o que às vezes é algo positivo, dando uma acelerada na história, às vezes é bem negativa tirando a emoção de certos momentos.
 *:

― (...) Coragem é agir para o bem e para o melhor, no momento necessário, sem calcular as consequências possíveis.

Mas eu gostei, é uma história simples e deliciosa e eu realmente entrei ali, contudo, para ser inteiramente justa, não sei se teria gostado, como gostei do livro, se não já amasse o filme. Esse é o problema dessa resenha, está me faltando objetividade. Veja minhas resenhas de Harry Potter, que admito que foram bem pobres, simplesmente porque não consigo ser objetiva com essa saga, porque a amo. Assim como não consigo ser objetiva com E se fosse Verdade... porque o filme me é muito querido.

Então se eu recomendo o livro? Definitivamente. Se eu o amo? Também. Mas se ele é realmente bom? Isso deixo para os outros decidirem, porque, para mim, ele sempre será o livro que tentei comprar a anos. O livro que inspirou um dos meus filmes favoritos. Já me aconteceu de ler um livro de filme que já havia visto e gostar menos do filme, essa é a primeira vez que, apesar de ser a mesma situação, o filme que me fez gostar mais do livro.

― Sempre gostei tanto da noite; pelo silêncio, pelos vultos sem sombra, pelos olhares que não vemos à luz do dia. É como se dois mundos convivessem na mesma cidade sem se conhecer, sem imaginar a existência do outros. Uma quantidade de seres humanos aparece no crepúsculo e desaparece ao amanhecer. 

E se fosse Verdade... é um livro que realmente acho que a maioria irá gostar, entretanto não acho que terá o mesmo efeito para elas que teve comigo, que irão gostar tanto quanto eu gostei - apesar de minha nota média. É um livro calmo, bom para se ler apenas para relaxar, no fim das contas, isso pode ser suficiente.

Nota 3/5
  • O livro tem alguns errinhos chatos de português. Mas nada escandaloso, geralmente a troca de uma letra aqui e acolá.
  • Quando vi essa capa, não gostei. Mas depois que a tive em mãos, pude apreciar melhor os detalhes e agora realmente gosto dela. Ela tem uma beleza só visível em mãos.
Obs.: Algo que não tem relação diretamente a história, mas me chamou a atenção foi um pequeno erro. No início do livro Artur e Paul estão brigando por conta de uma garota que Arthur supostamente ficou mesmo sabendo que Paul gostava, e Arthur diz que eles só tinham dezenove anos na época. Mais tarde no livro, diz que Arthur conheceu Paul quatro anos depois de terminar a faculdade e que terminou essa aos 25 anos. Não afeta muito a história, mas não pude deixar de notar o errinho.

Minha Edição (clique para aumentar):

8 comentários:

  1. Oi Bruna.
    Realmente não conheço o livro. E pela sua classificação acho que ele não é tão legal assim!
    Caramba, você é bem observadora né? heheh Eu já noite uns errinhos nos livros que leio, mas é tipo, raro! kkkk Muito legal sua resenha.
    Beijos

    http://elaeseuslivros.blogspot.com.br

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  2. Não conhecia o livro... Não é o tipo de livro que me interessa rsrs talvez algum dia eu dê alguma chance para lê-lo, gostei da resenha! :)

    Matheus,
    de-livro-em-livro.blogspot.com

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  3. Oi Bru!

    Adorei sua resenha, não me decidi ainda por lê-lo... vamos ver. :)

    Beijos

    Nadja Moreno - Escrev'Arte

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  4. Oi Bruna, confesso que toda a sua resenha foi bem legal. Admiro a sua sinceridade para falar abertamente sobre o que achou do livro :D

    Aah, e como a Jéssica disse: Tu é muito observadora! rs

    Beijos
    http://geracaoleiturapontocom.blogspot.com.br/

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  5. Não conhecia esse livro, e pela sua resenha parece ser um livro realmente bom. Espero poder lê-lo em breve também. Sua resenha está ótima ;)

    Beijos! ♥
    http://viajantesdaleitura.blogspot.com.br/

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  6. Bruna, depois da sua resenha eu já posso ter certeza que não lerei o livro. Não é o tipo de livro que pode me fazer perder o sono ou me instigar a ler, ler, ler, tanto pelos motivos que você citou quanto pelo filme que eu já vi. Gostei do filme, e acho que ele foi suficiente. Acho a capa bem interessante rs quero ver em livraria.
    Beijos
    Descobrindolivros.blogspot.com.br

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  7. Oi, Bruna! Tudo bem?
    Eu não conhecia esse livro não, e ainda não sei se vou conhece-lo um dia. :D
    Gostei muito da sua resenha, parceira!
    Beijos!

    Café com Leituras!
    http://cafecomleiturasneriana.blogspot.com.br/

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  8. Não conhecia o livro.
    Boa resenha, mas não consegui me interessar pelo livro.

    http://fakereader.blogspot.com.br/

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