A Mão Esquerda de Deus - Paul Hoffman

― A vida é uma viagem (...): uma viagem na qual nós nunca sabemos para onde estamos indo. Você vê um novo destino (...), depois outro melhor (...), até o local a que pretendia chegar inicialmente cair no esquecimento. Somos como alquimistas que começam buscando por ouro e, (...) descobrem novos remédios, (...) e fogos de artificio: a única coisa que nunca descobrem é o ouro. 

E é isso que eu chamo de livro introdutório

Título Original: The Left Hand of God
Título Nacional: A Mão Esquerda de Deus
Subtítulo:--
Saga:A Mão Esquerda de Deus, #1
Resenhas Anteriores da Saga:--
Autor(a): Paul Hoffman
Resenhas Anteriores do Autor:--
Editora: Suma de Letras
Páginas: 327
BookTrailer:

A Mão Esquerda de deus conta a história de Thomas Cale. Um jovem, e ainda assim poderoso, acólito que vive entre os Redentores há tanto tempo quanto é capaz de lembrar. Entre esses homens ele é ensinado a matar, ele é ensinado a adorar a religião deles, tudo sob a ameaça de espancamentos próximos a tortura, e até a morte como um ato de fé. Porém, cansado dessa vida, e após testemunhar algo simplesmente horrível até mesmo para os Redentores, Cale foge ao lado de dois amigos até a cidade de Memphis onde lá aprende sobre os pequenos prazeres da vida como as finas refeições, um cigarro aqui e acolá, e o que é amar e ser amado e como isso pode te deixar fraco. Contudo, ele sabe muito bem que os Redentores não se esqueceram deles.

― (...) Eu descobri, (...), que sou capaz de fazer coisas nobres. Sou capaz de salvar os inocentes (...). Porém, não combina comigo. 

Talvez essa explicação da história que eu dei não seja muito boa, de fato não o é, mas é que eu simplesmente não sei como explicar o livro, até porque a meu ver a história ainda não começou, começará no segundo volume da trilogia. Todas as coisas legais sobre a história - e que foram bastante responsáveis pelo meu interesse para a história - que está escrito na parte de trás do livro, devo dizer que é um gigantesco spoiler,pois nada, NADA, daquilo de quem é Cale e de seus poderes é falado até as últimas três páginas do livro. E, mesmo chegando ao final, a história como um todo, a que foi contada ali, me parece irrelevante para a história que ainda será contada. Para mim, A Mão Esquerda... não passa de um livro para conhecermos o mundo e os seus personagens, por isso acredito que o próximo será cheio de ação.

Ah, não entendam mal, esse tem ação sim. É divertido, é curioso. Essa questão que eu estou falando é na história geral, "como assim?", ora em Harry Potter e a Pedra Filosofal estamos conhecendo aquele mundo, nos habituando a ele, ainda assim nos é deixado claro que a história da saga, a história como um todo é sobre Harry e Voldemort. Aqui, apenas descobrimos no fim sobre o que a história irá falar,  o que pode até ser ok, se não ficasse tão em aberto quanto fica. Não por ser um primeiro livro, mas por causa do nosso principal.

Ele ainda era jovem, tolo e inocente o bastante para acreditar que, se você provar que as pessoas estão erradas, elas não o odiarão por isso. 

Apesar do que eu disse desse ser um livro para conhecer os personagens, não posso dizer que conheço o nosso principal. Cale sempre me surpreende. Ele tem as duas faces de uma pessoa completamente ingênua, e uma pessoa completamente sofrida. E eu nunca sei exatamente o que ele está pensando, não por culpa da narração (que é em 3º pessoa), mas por causa do garoto que nem sempre segue seus pensamentos. Quando eu acho que Cale irá usar seus instintos de sobrevivência e fazer o que se deve fazer para ele e seus amigos sobreviverem, ele arrisca tudo por compaixão a alguém que não gosta. Por outro lado, quando estou certa de que ele vai agir com bondade, ele tem um surto psicótico de pura crueldade. Apesar disso ter me trago muitas surpresas, e eu até ter gostado, é estranho não conhecer o principal, não de verdade.

Então há o final do livro, e posso dizer que me decepcionei muito com as cenas finais. Sem dar muito spoiler, deixe-me falar que é uma grande batalha. Batalhas do tipo podem ser longas, mas jamais devem ser lentas e aqui é isso que ela são. Parágrafos enormes para descrever coisas um tanto irrelevantes, ou, que ao menos, poderia ser ditas com frases curtas. Isso acaba tornando tudo aquilo chato, porque não dá para se concentrar em todas as coisas que acontecem - muitas ao mesmo tempo - por causa da falta de agilidade para descrever cada uma delas.

“Nós somos como a água esparramada no chão que não pode ser juntada novamente.”

Por fim, é um livro interessante, como um livro próprio foi bom, mas como parte de uma saga talvez deixe a desejar, pretendo ler o próximo, mas é algo que irei ainda demorar a fazer. Recomendo-o apenas para quem gosta de lutas com espadas, histórias envolvendo o fanatismo religiosos, e, é claro, que tenha um pouco de paciência.

Bom - Nota 3/5

• Tem bastante errinhos na edição, principalmente de letra faltando no meio da palavra.
• A fonte da edição é muito pequena e isso é horrível, com certeza me atrasou muito na leitura.
• Adoro a capa, inicialmente foi o que me fez querer ler o livro, acho-a muito bonita, o tom roxo, as letras meio apagadinhas.

Minha Edição (clique para aumentar):