A Culpa é das Estrelas - John Green

(...) quase todo mundo é obcecado por deixar uma marca no mundo. Transmitir um legado. Sobreviver à morte. Todos queremos ser lembrados. Eu também. É isso que me incomoda mais, ser mais uma vítima esquecida na guerra milenar e inglória contra a doença. Eu quero deixar uma marca. 

A Culpa é das Estrelas é um livro que estava querendo ler há tempos, afinal tem sido muito bem falado. Apesar disso, consegui fazer um bom controle de expectativas e comecei a ler o livro de forma calma sem esperar muito, o que foi bom.

Título Original: The Fault in Our Stars
Título: A Culpa é das Estrelas
Subtítulo:--
Saga:--
Autor(a): John Green
Resenhas Anteriores do Autor:--
Editora: Intrínseca
Páginas: 288
Sinopse:

A culpa é das estrelas narra o romance de dois adolescentes que se conhecem (e se apaixonam) em um Grupo de Apoio para Crianças com Câncer: Hazel, uma jovem de dezesseis anos que sobrevive graças a uma droga revolucionária que detém a metástase em seus pulmões, e Augustus Waters, de dezessete, ex-jogador de basquete que perdeu a perna para o osteosarcoma. Como Hazel, Gus é inteligente, tem ótimo senso de humor e gosta de brincar com os clichês do mundo do câncer - a principal arma dos dois para enfrentar a doença que lentamente drena a vida das pessoas. Inspirador, corajoso, irreverente e brutal, A culpa é das estrelas é a obra mais ambiciosa e emocionante de John Green, sobre a alegria e a tragédia que é viver e amar.

Logo de início ele me prendeu.  Ri muito com ele, gargalhadas altas, mas, quanto ao resto que o homem que me fez chorar rios de lágrimas enquanto tinha essa expressão no rosto dizia na capa (Markus Zusask, autor de A Menina que Roubava Livros), não aconteceu. Eu não chorei, eu não quero mais - desse livro, ainda pretendo ler Quem é Você, Alasca? do mesmo autor que me interessou mais do que esse pela sinopse desde o início, mas medo de spoiler fez eu ler A Culpa primeiro.

Meus pensamentos são estrelas que eu não consigo arrumar em constelações. 

O livro tem um bom ritmo e me manteve presa por horas, e no quesito geral gostei bastante.

O romance entre Gus e Hazel foi algo relativamente bem construído, mas ainda assim faltando algo. Algo para me convencer de verdade. Não é que eu não gostasse deles dois juntos, gostei, e adorava suas conversas e realmente foi legal, contudo faltou algo, um quê de não sei quê. Ali não havia nada que os diferisse entre namorados e amigos e de amigos a conhecidos por algo circunstancial. Faltou algo ali, que não sei dizer o que foi. Por outro lado, acho que prefiro isso aos romances extremamente melosos e que acabam me convencendo menos ainda. E, pensando bem, consigo entender melhor um pensamento que Hazel tem após ler esse pequeno parágrafo que escrevi (após eu ler e não ela, rs). Então posso dizer que esse romance deles, aumentou um pouco meu agrado após escrever a resenha.

― (...) Eu sou uma granada e, em algum momento, vou explodir...

Ainda assim, para mim, o livro teve dois grandes problemas. O primeiro foi a similaridade entre alguns personagens. As formas que eles falavam, as expressões que usavam, algumas das quais são bastante singulares, e acabam sendo usadas por um número largo de personagens, dando uma noção de repetição em muitas partes.

O segundo problema foi um acontecimento, um que é o que eu acho que trouxe tanta emoção para as massas. O problema aqui, para mim, não foi o que aconteceu (o que poderia ter sido relativamente forte), mas como aconteceu. O livro está no seu ritmo calmo e tranquilo - e ainda assim divertido - e então descobrimos algo que muda isso tudo. E, a partir daí, a forma que Hazel começa a contar a história (é em primeira pessoa sob os olhos dela) você já sabe o que aconteceu antes de ser dito, e quando enfim acontece, não foi algo guiado, algo gradativo, foi um tapa na cara. Aconteceu. Primeira frase do capítulo. O que me impediu de realmente ter uma emoção mais profunda. Quando se trata de qualquer tipo de drama, só é necessário um momento que me traga uma lágrima e a partir daí eu viro um bebezão chorando por qualquer coisinha que aconteça. Apesar de meu controle de expectativas, eu realmente achei que A Culpa conseguiria trazer essa uma lágrima e o livro falhou nisso.

(...) e me ocorreu que a ambição voraz dos seres humanos nunca é saciada quando os sonhos são realizados, porque há sempre a sensação de que tudo poderia ter sido feito melhor e ser feito outra vez. 

Mas não é por causa desse fato que o livro é ruim. Ele me divertiu, ele me prendeu, ele me fez gargalhar. A Culpa é das Estrela é um bom livro, fico feliz de tê-lo lido e tê-lo em minha estante, e sem dúvida ainda aumentou minha vontade de ler mais do autor (só não acho que leria a lista dele do supermercado, mas outros livros, sim). E eu o recomendo, portanto que você não vá com muita sede ao pote, você terá sim uma boa experiência com um ou dois probleminhas apenas. Okay?

Nota 3/5

• Durante toda a leitura não achei nenhum erro de português, o que, e me perdoe e eu realmente gosto de você e continua sendo minha segunda editora favorita, conhecendo a Intrínseca, tenho quase certeza que deixei algo passar. Mas, caso não, parabéns! Apenas uma coisinha que me incomodou foi o grande uso de artigos, o que não está errado, mas nem sempre é obrigatório e algumas vezes acaba trazendo um tom meio repetitivo na história. Mas, novamente, não está errado (e pode vir da forma do próprio Green de escrever, então...).
• Achei muito bonita a capa, de verdade, ela tem um quê meio apagadinho, de inicio achei que fosse minha edição que veio assim, mas vendo umas fotos por aí, parece ser assim mesmo, o que dá um toque bem legal. Só uma coisa a reclamar são as páginas pretas ao abrir o livro que dão um mau presságio e uma vozinha irritante no fundo da sua cabeça durante toda a leitura dizendo que aquilo é um spoiler. Nota: Páginas pretas no início do livro só são aceitáveis em história sobrenaturais!

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